As paradas militares realizadas pelas forças armadas norte coreanas são uma forma de demonstração de força contra uma possível ação militar norte americana.
A recente tensão envolvendo Estados Unidos e Coreia do Norte em torno do teste de um míssil balístico realizado no dia 8 de abril de 2017 pelas forças armadas norte coreanas é consequência direta do fim da Guerra da Coreia que foi um dos episódios do conflito ideológico entre EUA e URSS chamado de Guerra Fria. Embora o teste tenha fracassado, o fato serviu para aumentar a tensão entre os governos americano e norte coreano.
As origens da Guerra da Coreia têm suas causas originadas no final da Segunda Guerra quando EUA e URSS resolvem dividir a Coreia em dois países durante a Conferência de Potsdam (realizadas entre julho-agosto de 1945). A Coreia do Sul se torna uma área de influência norte-americana enquanto que a Coreia do Norte se tornou um país socialista apoiado URSS e China.
Em 1948, ocorreram eleições na Coreia do Sul (10 de maio) e na Coreia do Norte (25 de agosto). Os líderes das duas Coreias ambicionavam a unificação do país, mas as diferenças ideológicas entre os governos sul coreano e norte coreano marcaram um início de conflitos armados em torno do paralelo 38, linha divisória entre os dois países.
Em 25 de julho de 1950, a Coreia do Norte invade o território sul coreano dando início a Guerra da Coreia. O objetivo do líder norte coreano Kim Il-Sung é unificar a Coreia sob governo socialista. As tropas sul coreanas não conseguem conter o avanço do exército norte coreano e em 28 de julho a capital Seul é tomada.
Em resposta a invasão norte coreana à Coreia do Sul, os Estados Unidos conseguem a aprovação da Resolução 82 que autoriza o ataque às forças norte coreanas por uma força aliada comandada pelos americanos.
Com a ação das tropas aliadas e americanas, a Coreia do Sul consegue restabelecer seu governo em 25 de setembro de 1950. Após a retomada de Seul, as forças americanas comandadas pelo General Doulgas McArthur começam a preparar uma invasão a Coreia do Norte e cujo objetivo final é invadir a China que desde o início do conflito deu apoio ao governo norte coreano.
O conflito se torna um prenúncio de uma possível guerra mundial quando, em 18 de outubro de 1950, a China envia 300 mil soldados a Coreia do Norte e a União Soviética começa a enviar contingentes da força aérea para apoiar chineses e norte coreanos.
A guerra se estendeu até 1953, onde nem norte coreanos (apoiados por chineses e soviéticos) e sul coreanos (apoiados por americanos e aliados) conseguiram uma vitória que pusesse fim ao conflito. Neste ano, sul coreanos e norte coreanos assinam um armistício que cessou os confrontos, mas não pôs fim oficial a guerra.
O resultado desse armistício foi a manutenção das fronteiras da Coreia do Sul e da Coreia do Norte delimitadas pelo paralelo 38. O saldo de pessoas mortas na guerra foi estimado em 1,2 milhões de pessoas.
Desde o fim da guerra, os Estados Unidos vem mantendo um grande contingente de soldados para evitar uma nova invasão norte coreano à Coreia do Sul. E a fronteira entre Coreia do Sul e Coreia do Norte é a zona mais militarizada do mundo atualmente.
O temor dos governos americanos é que a Coreia do Norte de posse de armas nucleares e com capacidade de lançamento venha a fazer uma invasão ao país sul coreano.
As contínuas sanções da ONU ao governo norte coreano seriam uma forma de desestimular a pretensão desse governo em desenvolver armas nucleares. Mas as sanções da ONU têm surtido um efeito contrário: o líder norte coreano, Kim Joung-Un tem demonstrado disposição para descumprir as resoluções do Conselho de Segurança da ONU como uma demonstração de poder junto ao povo norte coreano.
Os constantes testes e exercícios militares realizados pelas forças armadas norte coreanas são vistos pelo ocidente como uma provocação do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un.
A tensão entre EUA e Coreia do Norte aumentou com a eleição de Donald Trump para a presidência americana. Trump prometeu em sua campanha presidencial tornar a América grande novamente. E os testes realizados pelo governo norte coreano são a oportunidade de demonstrar para o público americano a força do novo presidente.
Para os analistas militares e de diplomacia o jogo de forças entre Donald Trump e Kim Jong-Un toma as proporções da tensão entre EUA e URSS durante a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1963. Durante essa crise, o mundo viveu o risco de uma terceira guerra mundial e que seria uma guerra nuclear.
Nos bastidores, a China, a principal aliada da Coreia do Norte, trabalha para uma solução diplomática junto ao Japão. Mas o envio do porta aviões americano USS Carl Vinson aumenta ainda mais a tensão de um conflito entre americanos e norte coreanos.
A Guerra da Coreia e a era do caça a jato
A guerra da Coreia inaugurou uma nova era no combate aéreo, pois foi o primeiro conflito em que ambas as forças militares utilizaram aviões de propulsão a jato em combates. Durante a Segunda Guerra Mundial, apenas os alemães utilizaram esse tipo de armamento. Na Guerra da Coreia, os americanos utilizaram com grande sucesso o caça F-86 Sabre, enquanto que soviéticos, norte-coreanos utilizaram o caça MIG-15.
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